maria cera

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Eu cresci mergulhada só em minha imaginação até os meus seis anos, depois disso veio a natureza, o "meio do mato". E fadas, elementais, árvores, frutas, terra, espaços amplos. E depois vieram os livros.

A minha imaginação voou por muito tempo no meio do mato e dos livros.

Não sei direito quando comecei a ler.

A sensação mais antiga que tenho sobre isso é a de estar em uma sala de aula com uma cartilha na mão, vendo letras e palavras e achando que nunca, em tempo algum, eu conseguiria ler.

A outra sensação, e eu nem percebi como isso aconteceu, é a de estar lendo, como uma louca, livros que me eram dados, os livros do meu pai e minhas HQs.

Fadas, personagens de "revistinhas" (Pato Donald, Tio Patinhas, Mickey, depois Monica e cia...), mosqueteiros, homens aranha, todos foram entrando na minha vida e só assim ela tinha sentido. E música. E filmes.

E minha leitura, e minha vida, perderam a ficção em meados dos anos oitenta, quando iniciei minha maratona de faculdade-casamento-mestrado-doutorado. E eu perdi muito com isso, a magia se foi.

Mas agora ela voltou. E eu não vou deixar ela ir embora nunca mais.

Ajeitei-a naquele canto do meu coração de onde ela jamais deveria gter saído.

E lá ela ficará.

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